O brincar da criança com necessidades específicas, já pensou sobre isso? Por Sônia Pessoa

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Aproveito a Semana do Brincar para falar da importância do brincar para crianças com necessidades específicas. Brincar pode não ser tão fácil, brincar pode ser um desafio, pode haver até resistência para brincar. Mas há sempre um jeitinho de fazer do brincar uma brincadeira de verdade.

Algumas crianças podem precisar de um ‘empurrãozinho’, muitas vezes, de um ‘empurrãozão’ para brincar.

Pode ser uma questão física, pode ser um desafio motor, pode ser uma comparação com os colegas, pode ser dificuldade para abstração e para o criar, pode ser difícil entrar no mundo da imaginação, pode ser também algo que a gente não consiga categorizar.

Muitas vezes é preciso dose extra de paciência e repetidas tentativas – não se fruste se muitas delas forem em vão. Repita como se fosse a primeira vez, insista, vá dando aquela cor, aquele sorriso, aquele calor, para que a criança se sinta parte da brincadeira e para que brincar seja um prazer e não um problema para ela.

_ Mamãe, mas eu sou obrigado a brincar? Foi o que ouvi certa vez quando ainda não tinha entendido que era preciso intermediar de maneira mais lúdica.

_ Mamãe, eu não quero brincar com adulto, quero brincar com crianças… Foi o que ouvi de outra vez, quando tentava promover brincadeiras com a pretensão de que ‘substituir’ uma criança durante as brincadeiras.

Já perdi a conta de quantas vezes dei a mão para o meu filho ir a um escorregador, quantas vezes precisei entrar em uma roda para que ele entrasse também, quantas vezes precisei explicar para um amiguinho que ele quer sim brincar mas que é preciso paciência, e quantas vezes precisei explicar para algumas mães desconhecidas em praças públicas, que estão sempre curiosas: “por que ele é assim? o que é que ele tem?”. Ah, sim, também já precisei explicar para professores que ele gosta de brincar, mas isso pode não acontecer em um primeiro momento. E que muitas conquistas podem ser revertidas, precisando de uma atualização permanente.

Que tal pensar um pouco sobre o brincar?

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Certamente uma criança com necessidades específicas vai ser mais feliz brincando, não só na Semana do Brincar, mas cotidianamente. Se for com criança, melhor ainda. Mas se precisar, que encontre sempre um adulto ou um melhor amigo para intermediar. Aliás, há sempre alguns bons amigos, que fazem esse papel também. Aqui em casa já tivemos uma vizinha e amiga fofa, chamada Mariana, que cumpria bem esse papel. E atualmente contamos com dois amigos do coração, o João e o Mathias, que são daqueles que incentivam, vibram, promovem mesmo a brincadeira inclusiva, intuitivamente. E isso acalma o coração de qualquer mãe e alegra qualquer criança.

A propósito, aproveito para parabenizar todas as entidades que realizam eventos para a Semana do Brincar e que consideram o brincar uma atitude política. E aproveito também para registrar a minha expectativa de ver, nas próximas campanhas, o brincar inclusivo. Sonho com o dia em que a Semana do Brincar virá com as crianças com deficiência estrelando o material de divulgação.

Sim ao brincar para as crianças diferentes!!!!

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