Um texto de despedida do filho, por Márcio Santos

Pedro e Márcio

Pedro e Márcio

 

Pedro passou 9 anos na Terra e nos legou uma valiosa mensagem. Afetividade, empatia, solidariedade, respeito humano e um profundo interesse pelo ser humano eram – e são – marcas indeléveis do nosso filho.

Há 9 anos Pedro lutou bravamente contra um tumor no cérebro, que, como alguém disse na época, era um tumor “benigno” num lugar maligno. Ultrapassou 7 ou 8 cirurgias no cérebro, saiu do hospital pouco antes do primeiro aniversário, com sequelas mas inteiro.

A medicina não tem uma resposta exata, mas estou convicto de que o mal fulminante que o acometeu desta vez é um reflexo remoto do tumor retirado há 9 anos. Essa conclusão precária, que não interessa à maioria das pessoas, a mim me é importante.

Pedro foi uma pequena luz num planeta triste, abandonado pelos deuses, que há muito migraram para outras galáxias, em busca de mundos mais promissores. Num planeta assolado pela miséria humana, pela degradação, pela guerra, volta e meia se destaca uma pequena luz. Luzes que bruxuleiam inquietas, tentando iluminar a caverna escura em que vivemos.

Pedro foi uma dessas pequenas luzes. A alegria de viver da sua mãe se transmitiu para ele, construindo um ser humano feliz, positivo e solidário.

Espero que, como eu, todos os que o conheceram e conviveram com ele possam ter captado um pouco dessa luz. Que ela sobreviva nos corações e mentes de tantos quantos tiveram a felicidade de interagir com o nosso filho.

Termino fazendo uma homenagem àquela pessoa que, juntamente com os pais, formou o trio de dedicação e estímulo a Pedro. Presente em todos os grandes e pequenos momentos da vida de Pedro, a sua avó materna foi incansável em amor, dedicação, presença e solidariedade. Estou certo de que o espírito humano, profundamente solidário, de D. Shirley se transmitiu inteiro para Pedro, por meio de sua mãe, Sônia, outra grande mulher.

Eu peço para ambas e para Pedro uma salva de palmas.

Parque da Colina, Belo Horizonte, 5 de janeiro de 2016.
Márcio Roberto Alves dos Santos, pai do Pedro

Leia também: A morte do Pedro: Chacalaca!

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